Emoções, um bicho de sete cabeças?

23-10-2021


As emoções são sempre encaradas como algo que atrapalha. Somos formatados para reagir racionalmente a tudo o que vivemos e não para perceber o que algo nos faz sentir. Achamos que as emoções só complicam, o mais importante é mantermos a racionalidade, caso contrário nada funciona adequadamente. Parar para sentir torna-se um bicho de sete cabeças.

O que racionalmente não sabemos é que as emoções desempenham uma função, muito menos qual a função de cada uma. Quando algo acontece ouvimos recorrentemente: "Tem calma! Não te enerves! Tens de ser racional!". Pois bem, as emoções são importantes e têm funções específicas. É através das emoções que:

- ficamos alerta para o perigo,

- criamos ligação emocional com os que nos rodeiam,

- nos confrontamos com as nossas necessidades,

- percebemos o impacto que as situações provocam em cada um de nós e nos permite, em função disso, tomar decisões.


A emoção é uma sensação física que é provocada por algum estímulo, que pode ser um sentimento ou um acontecimento. A etimologia da palavra emoção indica que ela tem origem no latim, na palavra ex movere, que significa "mover para fora" ou "afastar-se", e no fundo é o que se verifica na reação natural às emoções.

Assim, as emoções são reflexos inconscientes do ser humano e os sentimentos são mais conscientes e relacionados com a avaliação das emoções. Este último resulta de uma experiência subjetiva dos afetos e emoções.


Cada emoção tem uma função, que nos auxilia na adaptação aos diversos eventos e é a leitura que fazemos deles que promove um impacto positivo ou negativo em cada um de nós. Existem algumas estratégias que nos ajudam a regular as emoções:

Pare e perceba o que está a sentir e nomeie - para que seja mais fácil de aceder a este tipo de informação responda às seguintes questões: Que emoção ou emoções estamos a sentir? Qual o seu nome? Onde se manifestam? Na barriga, no peito, na garganta? E como é a sensação?

Respire com a barriga. Foque-se na respiração abdominal e tente suspender os pensamentos. Imagine que a sua barriga é um balão e vai enchê-lo com a respiração. Inspire pelo nariz, contando até 3/4 e expire pela boca, contando até 6/8. Repita este exercício 5 vezes.

Altere a sua posição. Conscientemente descontraia o seu corpo e adote uma postura diferente da que tinha anteriormente, menos tensa. Escolha uma posição que lhe transmita calma e tranquilidade e o ajude a ajustar a sua comunicação para estados emocionais geradores de bem-estar.

Foque o pensamento em algo agradável. Uma vez que o nosso cérebro não consegue estar focado em dois pensamentos ao mesmo tempo tente recorrer a cenários agradáveis: as últimas férias, a última gargalhada, algo que quer muito e planeia fazer.

- Reposicione o seu pensamento mais próximo do real. É a leitura que fazemos das situações que nos destabiliza. Uma situação pode ser analisada tendo em conta diferentes perspetivas, tente despersonalizar e isso ajudá-lo-á a perceber uma nova realidade.

Quando conseguimos perceber o impacto emocional que as situações têm em nós, o identificamos, ganhando algum distanciamento, isso ajuda-nos a reagir perante o evento e não em reação ao que sentimos. Apesar das emoções fazerem parte da nossa vida, dando o colorido e o significado que ela precisa, é fundamental termos a capacidade de nos autorregular para mantermos o equilíbrio. 

© 2021 Cláudia de Almeida   |  Psicoterapeuta   |   Coach   |   Formadora   
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